quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

stop.

o mundo parou ou foi o automóvel?
( Andrade, Carlos Drummond )

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férias papai! :D

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Etou bem assim esses dias, down sem saber por quê. Nem me entendia, até hoje. A despedida de Ricardo, o cara vai pra minas gerais véi, QUE PUTO! :~ 5 ANOS DE ETERNIDADE.

" Mesmo que o tempo e distancia digam não. Mesmo esquecendo a canção: o que importa é ouvir a voz que vem do coração"

e o coração diz em choro: és inesquecível Rick. :~

domingo, 20 de janeiro de 2008

clareia

No tom da voz que ecoa
Foi desmarcada aquela paixão
A borracha esfregou a pele, pêlo
Tanto custou pra sumir
Quanto sangrou pra gravar
E se o que permanece liso por fora
É rasgado por dentro,
De que adianta as flores estarem
Cada vez mais murchas e esbranquiçadas
Enraizou.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Ela gostava das palavras.

Quando triste se trancava no quarto e se punha a escrever. Nem pensava muito. As palavras comandavam seus dedos. E ela gostava disso. Alguém a entendia. Certa vez a disseram que toda criatura viva, morre sozinha. Susto. Correu pra se esconder em seu refúgio. E chorou. Não queria ficar só. Seu caderno entre os braços ela abraçava fortemente. Ficou em paz. O abriu e leu tranquilamente: ali era seu mundo. Ela podia tudo. Voar, tomar sorvete invés de sopa na hora do jantar. O passarinho falou: estou grávido do mar. E pariu um rio. Ela riu. Sabia que aquilo era verdade.


Gostava de acordar cedo. Não para ver o sol nascer e sim para ver as nuvens. Elas estavam brancas, depois o céu esbranquiçava e as nuvens ficavam cinzas. O céu avermelhava. As nuvens rosavam. O céu ficava azul, e as nuvens brancas. E lá se ia o espetáculo com a espectadora fiel. Ela acreditava que assim era o ser humano, mudava de formas mas sempre ficava a essência. A evolução era vida.


Dizem que no leito de sua morte estava toda a família ao seu redor. Ela na cama inerte com a doença que a consumia. " Me deixem levantar..." Arrastando-se foi até o quintal onde ficava observando o céu. Se despediu, fechou os olhos, colocou a mão na barriga: estava grávida de uma flor. Ao redor do seu túmulo, nasceu um jardim.