quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Nuvens

Você já parou para pensar como era bom ser uma criança pequena e ter como única preocupação tentar decifrar que desenhos as nuvens fazem no céu?

Que tempo feliz aquele quando não era preciso se preocupar em seguir ou não as regras de uma sociedade, ou em estar dentro ou fora da mesma, quando sempre se encontrava tempo para tudo, pois ele nunca parecia faltar, quando não se pensava no que fazer do passado e no que foi feito do futuro, pois essas eram coisas que não pareciam nem mesmo existir.

É, mas quando se cresce só mais um pouco, vêm todas as preocupações de uma só vez... Alguns só pensam em que carreira seguir, passar no vestibular, fazer cursinhos, se matar de estudar... "Paremos de viver, pois o vestibular vem aí" é o que alguns parecem dizer. Outros já se preocupam em conseguir um emprego, ganhar dinheiro, sair de casa, ter a própria vida e não depender mais de ninguém... Mal sabem esses que nós, seres ditos humanos, dependemos uns dos outros, ainda que não percebamos. Há ainda aqueles que se preocupam com os rumos do mundo, com o que acontece na política, na economia e nas artes, com aquecimento global, fome e desnutrição, mas nunca conseguem achar uma solução para todos esses problemas, e parecem estar sempre frustrados. Isso sem contar com aqueles que simplesmente se preocupam com tudo isso junto, criando uma verdadeira tormenta de idéias e pensamentos nas próprias mentes, o que termina por levar muitas destas a um colapso.

Agora, o mais interessante, é que quando nós, pessoas, vamos chegando ou passando pela adolescência, mocidade, juventude, fase adulta, enfim, quando não somos mais tão crianças e é preciso classificar a nós mesmos com outra nomenclatura, parecemos simplesmente esquecer de parar um pouco e relaxar a mente de todas essas preocupações. Então, bem, tentemos nunca esqueçer de como é bom olhar para cima, ainda que apenas por alguns instantes, e se preocupar apenas em decifrar o que as nuvens estão desenhando no céu.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Ser adolescente é difícil?


Com as clonagens, células-tronco, papa criticando livros de fantasia, avanço tecnológico com máquinas que quase pensam por nós ( pelo menos, eu acho que ainda temos o nosso próprio pensamento... ), mães tendo 7 filhos de uma só vez, os mensalões e cuecões da política e times de futebol não subindo para a primeira divisão, me vem uma dessa no meio da aula de português:

- Façam uma crônica com o seguinte tema: Ser adolescente é difícil?

Meu Deus! Como se já não bastassem a prova de história onde temos que resumir 5 capítulos em 30 linhas; as hipotenusas, paralelas e tangentes malucas de desenho geométrico onde o professor faz questão de ensinar mais do que podemos absorver; os teoremas de Pitágoras que nunca vou usar na vida; as aulas de artes que temos que desenhar o jarro perfeito, a sombra perfeita, no ângulo perfeito para tirarmos A ( pra quê isso se quero ser jornalista? ) e agora essa: Ser adolescente é difícil?

Você querendo ir pra uma festa, mas tendo que ficar fazendo trabalho. Receber reclamação do pai por que você justamente queria estudar : " Mas pai, eu só pulei o muro da quadra para falar com a professora que a aula da turma dela já havia acabado e agora era a nossa aula de Ed. Física! " Dormir mal pensando nas provas. Gastar nossas cordas vocais gritando com alguns amigos do seu grupo que pela 5ª vez adiaram a reunião para fazer o trabalho. Perder o seu programa preferido da TV só por que ele passa tarde e você tem que ir dormir cedo, pois tem aula no ouro dia. E ainda faltar a aula de revisão por causa de míseros segundos que o maldito ônibus atrasou e o professor não deixou você entrar.

Não, você tem que sofrer isso. Mesmo você podendo estar numa praia curtindo a arte de fazer nada e dormir a hora que quiser com o único compromisso no outro dia sendo uma festa que começa às 18h sem hora pra acabar. Tomando sorvete adoidado sem se preocupar de pegar uma gripe e ter prova no outro dia. E ainda vem me perguntar isso? Então NÃO. Não é difícil ser adolescente. Difícil é ser: ESTUDANTE!

08/02/06 - 7ª série

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hahaha, encontrei isso aqui em uma das faxinas! :)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

(des)esperando o esperado.





Era aquela trizteza cinza. Sem choro, sem conforto, mas não vazia. O rosto tranquilo mostrava a confusão que estava passando. Era uma tristeza tão profunda que as lágrimas (des)necessárias nem insistiam em aparecer no espetáculo. Olhos pretos. Inerte. Respiração calma. Nariz vermelho. De vez em quando puxava o ar com força: talvez pra ter certeza de que estava vivo, talvez por querer morrer dando seu último suspiro. A boca apesar de entre aberta não emitia som: o silêncio dizia tudo.

As pessoas eram marionetes onde as cordas que as cordenavam era o sangue em suas veias. A platéia era tão fétida quanto o cheiro do sangue grangrenando no seu pensamento.
Engraçado como a palavra desespero pode representar coisas diferentes. Des espero, não esperar nada. Desespero , pânico, agonia. No entanto, ele sentia os dois, permanecendo com seu rosto quase que rindo de si mesmo. A sua corda viva havia sido cortada e ele não entendia por que não havia morrido. A cor da vida era invisível e ele não fazia parte desse mundo, nem do outro. A cor ação nada fazia e ele ficava obedecendo o nada, quieto, mudo, cego. Os sonhos são reais enquanto duram, não poderíamos falar o mesmo sobre a vida?

Há certas situações que se surpreendemos com nós
mesmo. Seria o fim, o meio ou recomeço? Não importava. Virou de lado e foi dormir. Teve até sonhos.





Desenho by Pancreas