terça-feira, 15 de dezembro de 2009

teatrovida - ideias


tantas lembranças boas agora restauradas pelos sentidos.
seríamos eu e você? ou somente um novo eu?
-pessoas, várias cores,
único sentido
parece que sempre a gente tem que registrar os fatos. re-lembrar a vida, o sentimento, a força de vontade (de que ainda tem!), a frase de Drummond: "somos todos irmãos"- ilusão?

A vida se registra nos filmes, nos livros, na paisagem bem observada e sentida. Que vida, Deus! Espero compartilhar minha alegria agora pra quem precisa de conforto, pra quem precisa de uma palavra de carinho; uma força e, falar que o amor é tudo (esse sentimento que nos faz rir, chorar, fazer besteiras ou ainda crescer um ao outro e se fortificar mais).

(fica uma marca ainda no humano, que tem que lutar dia após dia, hora após hora o seu amor-de-dentro.* compreensão ou não do passado que é desmascarado na Pessoa atual;
ilusão: antes de morrer vive-se.
Apesar de.)



*sobre um amor-amigo longe no tempo: "Sentimos perfeitamente que estamos falando de dois outros sujeitos, que por sinal já faleceram – e eram nós. No amor isso é mais pungente. De onde concluireis comigo que o melhor é não amar, porém aqui, para dar fim a tanta amarga tolice, aqui e ora vos direi a frase antiga: que é melhor não viver." Rubem Braga

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

De vestido colorido ela vai na praia com o seu menino que também cata lixo. Latas, amassadas por gente que bebe o líquido; ela se satisfaz em ser - tu és? Ela é o esforço, o ganha-pão, a identidade do povo, meu coração.
que pode ser de pedra, mas quebra.

- Gente que é gente não sabe o que nóis passa. Não sabe. Não compreende o que nóis quer. Ó se esse mundo fosse de graça! Teríamos o que bem quiser...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

macabéa

ela chegara num estado que não sentia sede de nada. nem sabia o que queria, coitada.
não sentia que estaria vivendo. não sabia dar nem receber amor.
e um dia foi atropelada.
sem dor,

só alma

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

fragmentos.

"Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida minha face?"

Retrato - Cecília Meireles.

Eu estava no meio do paço alfândega, no meu ouvido soavam guitarras fortes que constratavam com a voz suave de Fernanda Takai, pessoas passavam apressadas. Elas riam, e eu olhava cada sorisso como se nunca tivesse visto um antes, olhava cada expressão, olhava nos olhos delas, profudamente, como se entendesse algo do visse, não entendia. As pessoas são extremamente comuns, acredite. E por ser tão comum é que são fantásticas. A cada sete anos nós trocamos de pele completamente. Apesar disso nossa essência é a mesma, o nosso verdadeiro eu. Como numa dança muda, que as pessoas não percebem por falta de som, as pessoas ali, estavam transcedendo, transfigurando, enternecendo tudo diante dos meus olhos. E eu ia me encantando com toda aquela (mu)dança preenchida de silêncio e vivacidade.Das minhas maiores essências, te apresento a mais pura e complexa, e assim, apresento a mim mesma. Por mais tempo que se conviva com alguém, sempre haverá algo intocável, inatingível. E esse é o segredo de se conviver tanto tempo com uma pessoa, sempre haverá algo a se descobrir, algo para se encantar.



sábado, 17 de janeiro de 2009

SOBRE ESCREVER [4]

"Escrever é meu respiro, é quando tomo o ar para novos vôos – por mais rápido que voe, o avião parece flutuar entre as nuvens, essa ilusão de tempo e de espaço que nos dá a dica: a vida é tal e qual.
A vida é provocação. Se um dia me grita que é curta, manda em seguida a mensagem de que é preciso saber esperar. Avança e recua, oferece e retira, para nos medir, não a força, mas a capacidade de brincar."
Cristiana Guerra

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Um borrão sobre o papel


Eu escrevo o que não se pode calar. Escrevo o que se diz, o que se ouve, e também o que se silencia. Escrevo o que não se pode dizer, e o que a imaginação não diz. Escrevo e tudo o que se materializa para fora da minha mente ganha o mundo, vai além de mim e de si. Escrevo e tenho espanto do que eu escrevi. Horrores e maravilhas que pintei na minha frente. Apago, mas se pode apagar o que já se estampou na veia do mundo? Está tudo tatuado aqui: no avesso da minha pele, onde o sangue que emana das agulhas só retorna para mim. É a força pela fraqueza. Porque o que escrevi, rejeitado ou não, já é maior do que eu e meu silêncio de moralizações, conveniências, senso comum, esteticismos banais. O que eu escrevi está vivo e arde, e por mais que eu tente apagar me encara de frente e diz: dôo. E de doer eu rasgo a pele e os papéis. Mas o escrito não morre.

domingo, 11 de janeiro de 2009

SOBRE ESCREVER [2]

'Então vai, remexe fundo, como diz um poeta gaúcho, Gabriel de Britto Velho, "apaga o cigarro no peito / diz pra ti o que não gostas de ouvir / diz tudo". Isso é escrever. Tira sangue com as unhas. E não importa a forma, não importa a "função social", nem nada, não importa que, a princípio, seja apenas uma espécie de auto-exorcismo. Mas tem que sangrar a-bun-dan-te-men-te. Você não está com medo dessa entrega?" Caio Fernando Abreu.

sábado, 3 de janeiro de 2009

pela possibilidade de ser pintada.



mateus diz:
"Esta é a vida vista pela vida. Posso não ter sentido mas é a mesma falta de sentido que tem a veia que pulsa."
mateus diz:
Clarice
mateus diz:
eu acho o ser humano um ser fantástico
mateus diz:
não pelo que ele faz, mas pelo poder que ele tem de fazer e sentir
mateus diz:
e pensar
mateus diz:
tipo:
mateus diz:
"não importa com quem você se deite, que você se deleite seja com quem for; apenas te peço que aceite o meu estranho amor"
mateus diz:
caralho, eu acho que isso é amor sabe
mateus diz:
você quer estar com a pessoa independente de qualquer outra coisa
mateus diz:
tipo, o amor dele vai além da carne, sabe


_

é Mateus, finalmente concordamos em alguma coisa em nossas conversas, ou quase isso.


O AMOR É I N F I N I D A D E.

e acima de tudo é vivo e pulsa.