sexta-feira, 30 de novembro de 2007

- ô Bruna, eu tou agoniado.
- O que foi, Ph?
- Agora nesse exato momento tem um monte de gente morrendo de fome!
- e a gente pode fazer o que?
- exatamente. eu queria ser uma criança bem pequena, que não soubesse nada do mundo, só coisa boa!
- (...)
- e quando virarmos adulto vai pior ainda, ô.
- mas Ph, crianças pequenas não conseguem mudar nada.
- mas a gente tá aqui sem mudar nada.
- por enquanto.
- mas esse por enquanto é muito tempo.
- antes tarde do que nunca!
- mas o tempo perdido nunca vai voltar.
- é, você tá certo ...

domingo, 25 de novembro de 2007

Quase

Tá, o texto abaixo não é meu (nem em sonho escreveria tão bem), mas acho que vale a pena ser comentado. Espero que gostem...

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão do quase!

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata, trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por esta maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria onda, os dias seriam nublados e os arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão; para os fracassos, chances; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar a alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando do que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque, embora quem quase morreu esteja vivo, quem quase vive já morreu.


Luiz Fernando Veríssimo"

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Dois lados

Povo:
– Ele prometeu. Sim. Jugou-nos tolos. Não vemos novas casas. Não vemos estradas. Não vemos escolas. Como estamos nós? Sós. Tudo mentira. Tudo mentira.
Mas ele pagará pelo que fez, nem que seja com seus dentes de ouro. Engolirá todo o lixo, até que os ratos emagreçam. Até que as moscas fujam. Até que os gatos morram. Sua carne tornar-se-á comida para aqueles que precisam, e sua boca será selada, para que suas mentiras sejam esquecidas.
Procuremos, então, por aquele que a todos pede e a ninguém paga. Que entrem-lhe vermes pela boca até que o tempo pare. Que seus olhos ceguem até que a chuva cesse. Até que as lágrimas cessem. E sejam esquecidas.
Sim. Ele desliza por entre nossas mãos, mas sua pele queimará em brasa até que os dias tornem-se noite. Que o sangue deslize por entre os corredores de sua casa. Feneça. Feneça.
E assim seguimos. Com fogo nos olhos e nas mãos. À procura da esperança que se esconde nas florestas do deserto infindo de nossos corações.

Político:
– Não finjo que não menti. Fujo. Imaginei-me mais esperto que todos. Não fui. Errei. Mas o tempo corre como o rio, em única direção. Somente espero que a areia escoe por essa ampulheta invisível que se derrama em cima de nós.
Que as chamas tornem-se cinzas. Que o lixo torne-se pó. Que as lágrimas tornem-se sal. E que o feito se desfaça.
Pessoas tolas que me amaldiçoam não passam de ratos famintos aos meus olhos. Que o chão desfaleça sob seus pés. Que esse choro acabe sem mais tardar.
Fujo. Vou para longe. Espero não voltar. E ser esquecido.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

"o que nós somos é nossa decisão." waking life.

E essa necessidade de termos uma ligação é o que nos leva além. Todos querem ser entendidos por alguém, falar a mesma língua, "como se pudessem dividir suas memórias telepáticamente (...) e é por esse sentimento efêmero que vivemos."
" O bom de conhecermos pessoas é que um dia, elas nos apresentam a nós mesmos. "

" Somos autores de nós mesmos (...) O mundo é um teste para ver se podemos nos elevar às experiências diretas. A visão é um teste para saber se podemos ver além dela. A matéria é um teste para nossa curiosidade. A dúvida é um teste para a nossa vitalidade. "

" Não podemos se submeter a desumanização. Me preocupa o que está acontecendo neste mundo. (...) Os que controlam a minha vida e os que querem controla-la ainda mais. Eu quero liberdade! E é isso que você devia querer também! (...) Nós sentimos patéticos, pequenos e abrimos mão, voluntariamente, da soberania, da liberdade e do destino. Precisamos nos conscientizar de que somos condicionados em massa. Desafie o Estado. Não estamos no século da escravidão!"

" Individualismo é necessário para a liberdade. Não somos feito em série."



- e no final, somos teoria e nenhuma ação.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Corpos

Quinta feira, alguma hora entre 5 e 6 da tarde. Um corpo se move ao longe, lentamente, enquanto dois outros corpos permanecem estáticos. O mundo não pára ao redor, mas esses dois corpos permanecem ali, imóveis, fitando apenas um ao outro e ambos ao corpo se movendo à distância.
A luz aquele corpo emite encurta o mar que o separa dos dois. A luz vai diminuindo, mas as ondas não param, causando um estranho efeito em quem parasse e as observasse com um pouco mais de atenção que de costume.
O corpo em movimento se vai, deixando para trás uma claridade difusa, quase inexistente. Os dois corpos estáticos assim permaneceram por mais algum tempo, até que finalmente se foram, apressados e extasiados.
E assim foi meu primeiro pôr-do-sol.

sábado, 17 de novembro de 2007

Engraçado,

ultimamente tudo me envolve com a morte, meu irmão alugou um seriado "six feet under" ( a sete palmos do chão) sobre uma família que é dona de uma agência funerária. Meu amigo me emprestou um livro ("ATRAVÉS DO ESPELHO, JOSTEIN GAARDER") que conta a história de uma garota no leito da morte, e eu estava lendo o mundo de sofia, do mesmo Jostein Gaarder, que aparentemente não tem nada a ver com a morte, mas no segundo capítulo sofia fala: " engraçado quando as pessoas só dão valor a vida, quando estão no leito da morte ou recebe cartas estranhas no correio! "
isso me fez repensar;
A vida e a morte são tão dependentes que assusta. A pessoa só dá valor a vida, por que existe a morte. E só temem a morte por sentir o que é viver. São duas essencias no mesmo corpo. No seriado um dos principais fala uma coisa que me fez pensar: " Nós não morremos, nossa casca que morre e nossa alma fica na eternidade. "
Será mesmo, existe vida após a morte, ou melhor, existe algo além da morte? eu sempre pensei que virariamos o nada depois dela. Depois de passar muito tempo refletindo, percebi que não importa o que tem depois: importa o agora. O tempo virá as páginas e não podemos mais voltar.
Pode ser clichê, mas viva nos limites ilimitados. Não se contenha com o que os outros vão pensar de você, haja como se pudesse morrer amanhã, por que afinal: isso realmente pode acontecer.
Engraçado como nós não nos surprendemos com tanta magia, como pode um bola enorme apenas pairar num universo que não sabemos de onde viemos, rodando ao redor de um estrela enorme, que se não existisse, nós não existiriamos; E nessa bola enorme ainda ter milhões de serezinho se matando entre sim, sem nem ligar de como isso aconteceu.
Termino o post com as primeiros perguntas da filosofia, nas primeiras páginas do mundo de sofia:
- quem é você?
- De onde vem o mundo?


será que isso realmente importa?

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Para ela a vida era apenas uma passagem com dor, prazeres e decepções. A morte era tão grandiosa como a vida, tal qual uma fruta suculenta era tão divina como o cheiro de um peixe morto. Onde nada era mais necessário do que seguir o vento, andar inerte e só comer quando não tivesse fome. As pessoas, para ela, era o segundo plano e se perguntasse a ela qual era o primeiro, responderia humildemente: ' o nada '. Adorava a solidão, pensava as vezes em morrer e ser mais uma folha caída no outono, porém tinha pena dos seus entes queridos e mesmo desejando a morte: ela esperava;

terça-feira, 13 de novembro de 2007

acaso,

Ela olhou para o céu, e pela primeira vez reparara que as nuvens estavam mais escura que o céu. Era fim de tarde, e as nuvens não estavam mais escura por que ia chover, pelo contrário: nesse horário as nuvens sempre ficam assim, mais escura que o céu.Ela nunca tinha visto antes, mas sabia que sempre era assim, essas coisas que ninguém nota: ela notou. Ele estava ao seu lado e ela apenas queria um abraço. Haviam brigado por nada a tarde toda, e o silêncio declarava o amor. Ela estava de braços cruzados, ele com as mãos livres, porém rente ao corpo. Ele falou: mais duas paradas e descemos. Ela falou: eu desço na próxima. Parou, puxou a corda e desceu, ele a seguiu. A parada de ônibus não estava tão cheia, se acomodaram em qualquer espaço vazio um ao lado do outro, em silêncio. Ele finalmente a abraçou, ela contou até dez. Ela o abraçou, perguntou por que ele não a tinha abraçado antes. Ele respondeu com o silêncio. O ônibus dela chegou, ela subiu sem se despedir. Olhou para o céu, já estava mais escuro que as nuvens. Ou seriam as nuvens que haviam clareado? Não importava, não se falariam mais no dia. Ele estava de braço cruzados, ela com as mãos livres, porém rente ao corpo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Curiosidade. Ao olhar alguns blogs, e comentar, percebo que tenho um profile na blogspot. Surpresa. Eu tinha esse blog, sim desde de 24 de outubro como vocês podem ver o teste, e não sabia. Te odeio amo Txai Ferraz, obrigado por ter feito esse blog pra mim, e des-obrigado por não ter me avisado do mesmo. Feito. estou aqui no meu primeiro post, ansiosa e temendo do que há por vir.
Isso aqui ainda está em construção, mas digo pra vocês e pra mim mesma:
BEM VINDO!