quarta-feira, 16 de abril de 2008

- Boa tarde,

onde eu posso fazer minha identidade?

- Naquele galpão ali fora!

Várias cadeiras simetricamente postas, pessoas e TV. No balcão, duas mulheres fardadas organizavam o fato sem destoar do local. Viu minha certidão de nascimento e minhas fotos:

- Pegue uma ficha e aguarde. Meu número foi 8. Havia vários cartazes em " AVISO AO USUÁRIO"e "SEGUNDO O CÓDIGO PENAL". Todos aparentemente pacientes procuravam algo pra fazer. Poucos conversavam e por alguma coincidência estranha a maioria usava roupa amarela, eu destoava.


Um homem chegou e pediu para que os seguíssemos. Foram uma seção de corredores que passavam por espaços com outras mais pessoas a espero de algo que não sei. Em fila, fomos chamados pelo número da ficha e sentamos em cadeiras congregadas, tão perto: que o mais próximo lia claramente o meu caderno enquanto eu escrevia esta crônica. No menor mexer as cadeiras rangiam, o que nos fazia ficar o mais quieto possível para não ouvir o som irritante.


Depois de algum tempo passaram alguns por nós, se dirigindo a outra sala. Alguns tranquilos,
nervosos, inquietos, porém todos prontos para o incerto. Perguntaram meus dados e assinei uns três papéis incluindo termo de responsabilidade. Fui direcionada a outra sala de espera. O tec tec do computador e as vozes das pessoas que trabalhavam no local era ensurdecedor, se as cadeiras rangessem não seriam escutadas, por isso na sua insignificância elas se calaram.

5 comentários:

Ph disse...

Quando eu fui fazer a minha identidade foi assim também. :D
Foi como se eu só fosse pessoa a partir do momento em que eu assinasse.

Bruna monteiro disse...

FINAL ALTERNATIVO. =P


Era em uma sala e em portas fechadas que acontecia. Alguns entravam tristonhos e saiam rindo. Os mal-amados saiam apaixonados e tinha até caso de meninos tímidos saindo extrovertidos.
- Como você quer sua nova identidade?
- Livre.
- Você tem certeza?
- Sim, eu quero ser. Não quero mais me reduzir a mim.
- Ter uma identidade já é limitar-se. Ser livre é ser preso a liberdade.
E saí flutuando pela janela, cidade, universo. Dos olhos de vagalumes, caíam lágrimas pesadas de chuva de verão.

Ph disse...

O final alternativo é melhor. Sem ele o texto fica pela metade.

Anônimo disse...

Sem o final alternativo, o texto fica completo.

Anônimo disse...

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