quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

(des)esperando o esperado.





Era aquela trizteza cinza. Sem choro, sem conforto, mas não vazia. O rosto tranquilo mostrava a confusão que estava passando. Era uma tristeza tão profunda que as lágrimas (des)necessárias nem insistiam em aparecer no espetáculo. Olhos pretos. Inerte. Respiração calma. Nariz vermelho. De vez em quando puxava o ar com força: talvez pra ter certeza de que estava vivo, talvez por querer morrer dando seu último suspiro. A boca apesar de entre aberta não emitia som: o silêncio dizia tudo.

As pessoas eram marionetes onde as cordas que as cordenavam era o sangue em suas veias. A platéia era tão fétida quanto o cheiro do sangue grangrenando no seu pensamento.
Engraçado como a palavra desespero pode representar coisas diferentes. Des espero, não esperar nada. Desespero , pânico, agonia. No entanto, ele sentia os dois, permanecendo com seu rosto quase que rindo de si mesmo. A sua corda viva havia sido cortada e ele não entendia por que não havia morrido. A cor da vida era invisível e ele não fazia parte desse mundo, nem do outro. A cor ação nada fazia e ele ficava obedecendo o nada, quieto, mudo, cego. Os sonhos são reais enquanto duram, não poderíamos falar o mesmo sobre a vida?

Há certas situações que se surpreendemos com nós
mesmo. Seria o fim, o meio ou recomeço? Não importava. Virou de lado e foi dormir. Teve até sonhos.





Desenho by Pancreas

11 comentários:

Amargo disse...

As pessoas eram fantoches onde as cordas que as cordenavam era o sangue em suas veias

fantoche n é o da mãozinha? esse ae n é marionete o do cordão?

bom texto, n entendi, msa foi belo :)

Bruna monteiro disse...

vou procurar no google o que é fantoche e marionete.

acho que me confundi mesmo, thanks pela ajuda :)

Bruna monteiro disse...

corrigido, troquei o fantoche pela marionete, OBRIGADÃO felipinho :D

Anônimo disse...

bonito
triste, mas bonito

=*

Anônimo disse...

eu não entendei...quem fez o texto foi tu ou felipinho?!
só sei q é bonito...mas o fim me deixou =O
"Virou de lado e foi dormir. Teve até sonhos."

Anônimo disse...

eu não entendei...quem fez o texto foi tu ou felipinho?!
só sei q é bonito...mas o fim me deixou =O
"Virou de lado e foi dormir. Teve até sonhos."

joaline!

Anônimo disse...

teve até sonhos...

Luana Leite disse...

teve até sonhos.

vinicius gouveia disse...

"Era aquela trizteza cinza. Sem choro, sem conforto, mas não vazia."

vou começar a usar essa expressão. bonito. o final é interessante, é a inércia de todo dia.

pelo menos tu escreve.

Magno Marques disse...

Gosto, Bruninha, do modo como vc se põe a esculpir artisticamente as lacunas do texto. O não-dito soa tão importante quanto o dito. Essas lacunas bem trabalhadas inquietam o leitor incauto, intrigam-no com seu mistério e obrigam-no a participar ativamente da construção da narrativa. Essa marca d seu estilo a um só tempo lhe valoriza e inquieta a inteligência.
Ao ler seu texto vi-me diante d uma experiência excitante, como se estivesse a montar as peças d um quebra-cabeça e a decifrar enigmas d uma esfíngie. Parabéns! Seu estilo requer bastante habilidade. Só mesmo uma garota precoce como vc poderia maneja-lo com tanto brilhantismo!
Mas, por favor, ñ permita q os elogios d todos nós, por sinceros q sejam, lhe façam acomodar. O talento é como uma planta q precisa ser regada diariamente com a água da experiência e aquecida pelo sol da dedicação apaixonada p/ q venha a render os frutos exuberantes da maturidade. O perigo dos elogios é nos dar a ilusão d q td já está pronto e a planta ñ precisa mais ser regada. Sei q vc é esperta o bastante p/ ñ se deixar levar por essas ilusões envaidecedoras, mas o cuidado sincero d um amigo leva-me a fazer o lembrete mesmo assim.
Desejo q vc possa crescer cada vez mais como escritora e como pessoa humana!

Tulle n jazz disse...

muito bom bruu!
ó aí, já tem até carreira pô!

parabéns mesmo. um beijo